Recomendação literária: O céu dos suicidas.

Oi, pessoas!

Cheguei de viagem, mais cedo do que imaginaria que iria chegar -como vocês puderam perceber, acabaram as postagens programadas-, porquê meu pai vai precisar resolver algumas coisas e acabou que não iremos fazer a próxima viagem, #chateada.

Minha viagem em família foi maravilhosa, subimos e descemos um milhão de serras e passamos a maior parte do tempo instalados na fazenda do meu avô, afinal o intuito da viagem era visitá-lo.

Como na fazenda não tinha sinal de celular, levei um milhão -exagerada quase nada- de livros, sendo eles em sua maioria em formato digital, para passar o tempo e tudo mais. Dos livros que levei, venho apresentar hoje um deles para vocês.

Título: O céu dos suicidas.

Autor: Ricardo Lísias.

Número de páginas: 90 (isso no meu celular)

Editora: Alfaguara

De longe esse foi o livro que mais mexeu comigo, pois exprime a maioria das minhas opiniões quanto ao assunto central: o suicídio. 

Há marcas da dor, angústia, sofrimento.. Tudo sem censura, mostrando os sentimentos tais quais ele são.

A narrativa gira em torno da morte de André, melhor amigo de Ricardo, mas dá foco ao que todos que já tiveram uma perda sentiram.

Tudo começa quando Ricardo recebe a notícia que seu melhor amigo faleceu. Ele começa a ter crises de ansiedade, descontrole emocional, magoar todos e culpar o mundo pelo fato. Principalmente a se culpar pelo fato, já que antes de se matar, André passou um tempo hospedado em seu apartamento e o fez perder a cabeça, chegando a pensar que seria morto pelo melhor amigo. Ao expulsá-lo de sua casa, sentiu um alívio, mas desligou o telefone para o caso de receber ligações do ex-hospede.

Foi um suicídio. Minha irritação aumenta, não consigo me controlar e de novo começo a gritar na rua. Os suicidas sofrem. Deus filho da puta.

Formado em história, especialista e palestrantes quando se trata de coleções e ex-colecionador de selos

-isso explica a arte da capa ?-, ele decide ir ao Líbano descobrir um pouco mais sobre o passado de seu tio-avô, pessoa que ele pensa ter sido um terrorista, mas não sem antes aprontar com alguns de seus parentes e clientes.

Lá ele se meteu em ainda mais confusões, foi perseguido, se deu mal, ficou "doente" e como sempre, não ouvia ninguém. Ao entrar numa igreja católica, ele é tocado por um idoso e é como se todo os pesos não existissem mais em sua vida.

Quando se vê sem dinheiro, é obrigado a falar com a mãe e pedir o necessário para regressar ao Brasil com a promessa de que procuraria um profissional da saúde que lhe ajudasse a viver o luto da "melhor" forma possível.

Ricardo ainda não superou a morte do melhor amigo e está cada vez pior, ele grita com o mundo quando na verdade o barulho está dentro dele.

[...]Sentir saudades significa, em alguma parcela, arrepender-se.

A narrativa é o desabafo de uma alma que sofre, chora e grita. O desabado de quem perdeu alguém muito importante e não aprendeu a lidar com a falta. O desabafo de alguém egoísta que não consegue entender o porquê de ter sido "abandonado". Por fim, o desabafo de alguém que está preocupado em como a tal pessoa irá alcançar a paz.

Uma coleção é com uma amigo: é preciso sabe tudo. Quem tem uma grande amizade sabe que, mesmo que estejamos longe dela, uma lembrança sempre retoma.[...] É como oferecer um presente a esse grande amigo. Aqui está, André.